Foi uma audiência memorável, um exemplo de cidadania para todos nós, brasileiros (as), que lutamos pelos direitos a tratamento adequado para as pessoas com autismo, uma verdadeira aula de CIDADANIA E DIGNIDADE.
Segue também o Link para o discurso que fiz no Senado Federal em comemoração a este grande dia.
Atenciosamente,
Ulisses.
INCLUSÃO
Edição de terça-feira 28 de junho de 2011
Senadores e familiares cobram política de proteção dos direitos dos autistas
Oradores de sessão especial afirmam que falta de políticas públicas específicas no Brasil para portadores da síndrome resulta em ausência de diagnósticos precoces e atendimento inadequado, entre outros problemas
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Cantor Saulo Laucas, autista e cego, na tribuna do Plenário do Senado: sessão especial celebrou o Dia do Orgulho Autista e alertou para o avanço da síndrome |
Durante sessão especial do Senado, em comemoração do Dia do Orgulho Autista (18 de junho), pais de crianças portadoras da síndrome e representantes de associações protestaram contra a falta de políticas públicas específicas, argumentando que isso resulta em atendimento inadequado e problemas como a ausência de diagnósticos precoces. Também defenderam, a exemplo dos parlamentares, a aprovação do projeto de lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa Autista.
Estimativas indicam que há no Brasil em torno de 2 milhões de pessoas com a síndrome. No mundo, o número total de autistas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), é de aproximadamente 70 milhões.
A sessão especial foi proposta pelo senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto que institui a política de proteção do autista. A proposta foi aprovada este mês pelo Senado e tramita na Câmara dos Deputados (PL 1.631/11). Durante a sessão, o parlamentar recebeu o Prêmio Orgulho Autista.
Entre os que apoiam a iniciativa, está o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pai de uma menina com síndrome de Down e presidente da Subcomissão Permanente de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência.
Tratamento
Segundo Lindbergh, o projeto visa à implementação de políticas públicas para o tratamento adequado dos autistas, englobando desde a implantação do diagnóstico precoce até o encaminhamento das pessoas com autismo para tratamento específico. Também defendeu a proposta a deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que preside a Frente Parlamentar do Congresso em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Ao apoiar o projeto, Ulisses da Costa Batista, pai de um adolescente autista, declarou que "o Brasil não conseguiu viabilizar terapias voltadas às especificidades das pessoas com autismo, deixando inúmeras famílias sem acesso ao diagnóstico precoce, ao tratamento multidisciplinar e ao acompanhamento às famílias".
Ulisses também alertou que o avanço do autismo no mundo "impressiona". Ele citou estimativa segundo a qual, em 1990, havia um caso para cada 2,5 mil crianças nascidas, enquanto hoje haveria um caso para cada 110 crianças nascidas.
Diagnóstico precoce
O editor-chefe da revista Autismo, Paiva Junior, afirmou que, devido à ausência de diagnóstico, as famílias da maioria dos autistas no Brasil não sabem que convivem com um portador da deficiência. Ele lembrou que "um dos poucos consensos" sobre o autismo na comunidade médica e científica se refere à importância do diagnóstico precoce - pois, ao indicar a deficiência, possibilita o encaminhamento do autista para um tratamento adequado.
- Quanto mais cedo se iniciam as intervenções, maiores os ganhos em qualidade de vida - reiterou.
Para Lindbergh Farias, é necessário um protocolo do Ministério da Saúde para o diagnóstico precoce tanto do autismo como da síndrome de Down, para que esse procedimento seja disseminado entre os profissionais de saúde. O senador disse que a reivindicação do protocolo "seria o primeiro ponto de uma pauta concreta para essa questão".
Paulo Cezar Barreto / Agência Senado